O ÓBVIO FINALMENTE REVELADO!!!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

O PREPÓS

Afinal, o agora, o presente, o que é?

Para além da obviedade de ser o que vem antes do que virá depois, há no presente muito de inusitado.

Faz sentido falar de uma preposteridade do momento atual. Por alguma daquelas injustiças, que só os rótulos conseguem trazer consigo, o prepóstero é entendido como alguma coisa invertida ou algo às avessas. No entanto, eu diria que, se nos é permitido atribuir algum grau de importância às coisas, o absurdamente invertido é, na verdade, querer falar sobre a parcela óbvia que existe no bojo do presente, avessa a toda profecia, pois já passou, e à qual poderíamos chamar de pospretérito, isto é, o que vem imediatamente depois do quem antes. Que cuidem os exegetas e os historiadores da pospreteridade!

Já o prepóstero, o que terminologica- e etimologicamente significaria o que vem imediatamente antes do que vem depois, é algo que reluz o desejo de incógnitas futuras, as quais, ao fim e ao cabo, também fazem parte do mesmíssimo presente. Curiosamente, nesse prepóstero estaria até mesmo o tal futuro do pretérito: se o futuro, por definição, não se concluiu, como falarmos sem profetizar do que virá depois de uma parcela dele, como se isso que viria, de tão certo, já estivesse acabado? Para mim, nesse raciocínio institucionalizado pela língua sim reside o absurdo, pois tanto futuro do presente quanto futuro do pretérito nada mais é que a parcela prepóstera do ambíguo presente.

E já que estamos no presente - sempre - no final de ano sabidamente se antevê o que deverá ser o futuro em nosso votos. Nada mais justo de acessarmos neste mês a divina parcela prepóstera do ressequida brasa do pospretérito presente a infinitamente apagar-se. Só há um problema: como fazê-lo?

Uma dica que nos dá os non sequitur de nosso raciocínio tão caro quanto simiesco é esta: uma vez que algo ocorreu, sempre ocorrerá: cai o bebê nos primeiros passos, magoa-se e faz a sua primeira promessa (que se confunde com a causa de Hume): "doravante não cairei jamais". E seguirá, assim, nesse juramento cambaleante, de modo que a promessa se converte em fé, em convicção e em autolouvor. "Eu sou assim", diria uma personagem de Nelson Rodrigues, isto é, nós mesmos. Desculpa se já te desagradei no meio de meus votos, caríssimo.

Nesse tombo do bebê, que é o germe da convicção de nossa espécie, que disseram ser especial, amarra-se a memória, amarra-se a sociedade, amarra-se toda nossa fantasia. Eis-nos, enfim, humanos, com toda a pretensão do mundo, típica de seres que andamos eretos. Pois bem, estou aqui, meu caro, pelo meu décimo dezembro, para falar-te do que virá, isto é, do meu desejo travestido de augúrio. Espero que me leias desta vez: o número dez tem algo de místico, porque na sua falta de imaginação sintética, foi preciso segmentá-lo entre um e zero, muito embora a palavra "dez" não lembre nem a palavra "um", nem a palavra "zero": sendo o último dedo da segunda mão numa contagem, é bizarro que a lógica decimal não lhe tenha requerido um algarismo, postergando assim o milagre da recursividade (bem como a sua enfadonha repetição analítica) para o onze. Eis o X da questão, para além do misticismo tosco, obviamente.


Pois bem, em 2012 eu pedia que os zumbis fossem salvos, porque intemeratos e incapazes de devorar a si mesmos, pagavam pela sua feiúra, contudo, cada vez mais, temos medo de perder algo e de deixar de ser algo. O que perderíamos sendo zumbis e o que deixaríamos de ser, não sei até hoje, no entanto, o medo está aí e, em vez de desejarmos ser devorados, naufragamos na insatisfação, cada vez mais intensa, amando cada vez mais, odiando cada vez mais. Deduzo que, numa onda crescente, passamos a gostar da concorrência, da angústia e da morte. Deveria desejar isso a todos, já que parece ser o que procuramos cada vez mais?

E foi justamente isso que se buscou no ano seguinte, de modo que em 2013, ano do incêndio da Boate Kiss, da renúncia de Bento XVI, do atentado de Boston com seus 282 feridos e do Movimento Passe Livre, eu percebi a evolução desses desejos, corporificando-se, adquirindo a forma de um inimigo self-service, seja no julgamento do Mensalão, seja com os médicos cubanos vindo ao Brasil: acusando-nos mutuamente, concordávamos na nossa inimizade mútua e na nossa autoinimizade, a qual, somando-se à concorrência e à angústia, a discórdia, a ironia e a acusação, dava certo charme ao nosso desejo de morte, na bastante conhecida dança infinita e apaixonada do autoengano.

Mas entre o pós-2013 foi o pré-2015, no dezembro de um novo e terrível ano intermédio, que, naquela época, se chamava "presente", passada a anexação da Crimeia pela Rússia, o estresse hídrico após o menor índice de chuvas há décadas com direito à poluição fluvial de Salto e a seca do Rio São Francisco, a Copa do Mundo no Brasil num fragoroso 7x1 para os alemães, o record de calor, os absurdos do ISIS e do Boku Haram, bem como o surto de ebola com mais de 7000 mortos, sentimos a polarização tucanopetista cada vez mais com a reeleição de Alckmin para o governo paulista e o escândalo da Lava-Jato no nível nacional: não foram esses ânimos à flor da pele que fizeram o rei Juan Carlos abdicar naquele ano, nem a Escócia ter-se mantido no Reino Unido, nem o beijo gay da novela Amor à Flor da Pele, mas fato é que o opiniúdo smartphone decolou, com redes sociais e tudo, antes confinadas a computadores, e, com ele, a ideia de que podíamos fazer a diferença, com nosso ponto de vista, dormindo no bolso de nossos amigos e amigas. Pousamos num cometa naquele ano e anunciou-se (para a lembrança desgostosa dos futuros antivac, criaturas ainda caladas e pouco perigosas até então) que nenhuma pessoa havia morrido de sarampo no planeta. Nesse contexto tumultuado, eu queria apenas que essa agitação toda fizesse que todos deixassem de privilegiar os laranjais aos besouros e as buzinas às pererecas.

Passou aquele ano (então terrível) e 2015 parecia, para nossa decepção, xerocópia do pospré: o atentado contra o Charlie Hebdo, do teatro Bataclan, do Le Petit Camboge, das destruições de museus iraquianos, de Nimrod e de Palmira. Bento Rodrigues arrasada, o suicídio-homicídio de Andreas Lubitz, o terremoto do Nepal, o incêndio do Museu da Língua Portuguesa simultâneo à inauguração do Museu do Amanhã, tudo isso enchia nossas sensíveis mentes de lamentos. Havia quem quisesse beber a água de Marte em seu delírio e cada vez mais delações pipocavam, cada vez mais microcefalias misteriosas surgiam... de que adiantava a foto de Plutão e o viagra feminino, de que adiantava que mulheres fossem eleitoras na Arábia Saudita, de que adiantava o fim da política do filho único da China, do desbloqueio político do Irã, da participação de Cuba na Cúpula das Américas, se a profecia do retrocesso começava a se cumprir, não só no erro do primeiro lugar da Miss Universo de 2015, mas no feminicídio e no aumento da intolerância racial, religiosa, sexual e política? Prova de meu desgosto foi eu não ter escrito nem junho, nem setembro, nem novembro e esse abominável ano pareceu-se muito com 2021, mutatis mutandis. E antevendo os cancelamentos, leitor, começamos a lançar-nos invectivas mútuas, na evolução estática em que nos encontramos até hoje.


De novo trocamo-nos beijos e votos, mas no reboliço do ano de 2016 houve quem tolerasse os excessos jurídicos e verbais de tantos indignados: a morte de Harambe antevia as florestas do futuro em chama, mas ninguém percebeu esse ato de prepotência humana, afastou-se Fabiano Silveira e, interessantemente, logo a transparência, a fiscalização e o controle se tornaram, de um só golpe, opacas, desfiscalizadas, descontroladas; num ato de sincronicidade, os portões do Inferno se abriam rangindo lentamente, falou-se de até 30 envolvidos no absurdo estupro coletivo do Rio de Janeiro, recomeçaram tensões raciais em Dallas, em Nice mais de oitenta morrem num atentado e em outro, cinquenta outros numa boate gay americana, para não esquecer dos 125 mortes do caminhão frigorífico em Bagdá. Os cientistas nos acalmavam com sua poesia: Einstein estava certo sobre a Teoria das Ondas Gravitacionais quando dois buracos negros se fundiram nesse ano, o papa Francisco também nos acalmava ao se encontrar, depois de séculos, com o patriarca russo... aliás, para nosso alívio, quase duas dezenas de medalhas de ouro foram exibidas no nosso pescoço olímpico e paralímpico brasileiro, enquanto isso, tonitruava o rumor do impeachment de Dilma e mais um avião caía, agora com a equipe da Chapecoense. Erige-se, quase simultaneamente, o primeiro mandatário alaranjado norte-americano e grasnava o tão comentado anatídeo curitibano. Bob Dylan ignorava o Nobel, em harmonia com o Brexit que ecoava no noticiário. Morria Fidel, mas seu espírito comunista assombra os que não acreditam no Capital mas cada vez mais no capital, de tão moldados que sempre foram para ser engrenagens, fazendo o sinal da cruz para a inflação de 700% da Venezuela. 

Tento respirar: desejando a concorrência e a angústia, parecia que nos entregávamos definitivamente ao desejo da morte, discordando infinitamente de tudo, acusando quem passasse na nossa frente, ironizando até mesmo aquilo que outrora nos fazia chorar copiosamente e nos traumatizava. Finda a esperança da síntese dos laranjais com os besouros e das buzinas com as pererecas, vimos ódio nos olhos de nosso irmão, antes com a Bíblia na mão, agora com o iPhone, excitado na masturbação de seu autoengano, parado, congelado, na profecia de que a segunda década terminaria como a primeira, afinal, o rótulo "anos 20" é genérico e serve tanto para o século XX, quanto para o XXI. Para a ebriedade de outrora ser vivida pelos que não viveram há cem anos, faltava apenas um líder e já se esboçavam os imperativos categóricos em que cegamente iríamos pautar nosso raciocínio errático. E de prosélitos o Inferno está cheio, todos sabemos, cada um com uma premissa mais absurda que a outra, cada um com as conclusões mais indefensáveis estampadas em suas bandeiras.

O ano novo de 2017 começou com mais de cinquenta mortes no presídio de Manaus e com outras tantas numa festa de réveillon em Istambul. Retira-se Janot, sobe Dodge, e eis que todo turbilhão dos anos anteriores começa a cheirar como se fosse passado distante: "não há impeachment para o vice-presidente"?, não, arrasta-se o amargo do fel em nossas bocas; "não há transpacíficos acordos?", não, pois ecologia virou assunto do passado. O império da governança idiossincrática e egoísta parece ter sido anunciado pelo franco-atirador de Las Vegas; o império da negação do mundo, cada vez mais desagradável, parece completar o círculo dos algarismos, com os 100 anos da Revolução de Outubro, os 300 de Nossa Senhora Aparecida e os 500 da Reforma Protestante. As denúncias pipocam e atingem até mesmo os acusadores: nenhum dos dois lados da polarização tem mais razão e os adeptos da Justiça a todo custo começam a migrar para o radicalismo (mas só uma das partes é punida, fique claro). Discute-se o transexualismo com ódio típico dos que não sabem o que é empatia e de quem sequer imagina do que se trata, todos são agora especialistas em arte na polêmica do MAM, os grafitti se tornam intoleráveis e, ao mesmo tempo, despacito, comemora-se o heptacampeonato do Corinthians, o tricampeonato da Tricolor, o pentacampeonato do Cruzeiro. Por trás das cortinas, a Inglaterra dá adeus à Comunidade Europeia e a Catalunha quer seguir os mesmos passos, a febre amarela urbana retorna, em meio à epidemia de prisões de figuras públicas e ao naufrágio das leis trabalhistas. Nessa tabula rasa, limpei a mesa de meu escritório, cheio daquele escárnio rollingstônico de que não teremos jamais satisfação, duvidei sobre a realidade da realidade naquele momento e apostei todas minhas fichas na piora de 2018.

E eis que, logo, o pospré nos diria tudo de fato: os demônios já à vontade deram suas caras, com o assassinato de Marielle Franco, a morte do repórter turco na embaixada da Arábia na Turquia, a intervenção militar e o incêndio do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Em meio a uma greve dos caminhoneiros, desaba o edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu. Ídolos com pé de barro: só se falava de corrupção passiva, de lavagem de dinheiro e do escândalo de Abadiânia. Os vulcões todos resolveram entrar em erupção. Feliz foi o rinoceronte branco, que se extinguiu nesse ano, cuja alma perissodáctila foi para Icarus, a estrela mais distante do espaço, bem longe de Marte, onde pousou a sonda Insight. O fim da dinastia Castro dava uma nota de fundo à dodecafônica eleição de um presidente brasileiro que assumiria no ano seguinte com sua intérprete de Libras em joelhos. Pasmo de como seria o ano seguinte, beijei pela última vez os lábios da Esperança, nos seus estertores, tendo sucumbido já sua irmã gêmea, a Tolerância, e invoquei a convivência daquilo que me era tão estranho, praticamente impensável a despeito de meus dons de profeta.

Enfim, meu caro leitor, se relato tudo isso para avivar tua memória, é porque conheço a tua pouca afeição ao pré para agarrar-se com todas as forças no pós. Se me releres, verás que a cada momento, desejei de todo coração a melhora, embora as evidências me mostrassem em ato contínuo, o desabamento inevitável e a crescente degradação. Pois bem, caríssimo, podia dispensar-me agora de falar sobre o coronavírus, algo tão óbvio que nos aguardava, cuja previsível chegada diversas vezes anunciei veladamente antes de sabermos onde fica Wuhan. Disso tudo te lembras e desnecessário é repisar a estagnação do tempo cada vez mais óbvia, à medida que caminhamos para a década de 30, agora sem getúlios vargas. No ano de 2019 foi tudo igual: a barragem de Sobradinho matou mais de três centenas de brasileiros, Notre Dame pega fogo, a enchente de Veneza, atentados em Suzano, na Nova Zelândia e no Sri Lanka, a revolta da prisão de Altamira, tudo isso pintou a paisagem de fundo para as manchas de óleo do litoral do Nordeste que anteviam a exoneração de Ricardo Galvão e os desmatamentos históricos da Amazônia,. A volta do sarampo (lembras-te? estava erradicado linhas acima), a nefasta Reforma da Previdência que desafiou nosso tédio com o cinismo da imprensa e o desmascaramento de Moro instalou o niilismo necessário para um presidente sem partido. A falta de fé se converteu em sarcasmo e eu orei a São Augusto dos Anjos, de quatro, lambendo a frialdade da terra. Era o poder do invisível que se anunciava.

E o vírus chegava, enfim, em 2020, junto com a morte de George Floyd, o apagão de Macapá, os incêndios florestais, o desmatamento e o fim de tudo que é eterno. Nem a vitória do que destronou o Presidente Laranja nos tirou do assombro, da tristeza, da apatia, do apatetamento, da carrasca transfiguração, digna de uma pintura de Francis Bacon, do escorregador-moedor-de-carne existencial de Cioran: tudo que restava ainda de sólido se desmanchou completamente no ar, sem dar espaço nem mesmo ao absurdo. Vendo um tal Queiroz sentado no sofá, nossa cabeça caiu no chão, como a de Samuel Paty, não haveria mais Olimpíadas em Tóquio, vimos mais uma fraude de Lukashenko: ao lado da dor, o escárnio infinito e do sadismo, anuncia-se diariamente que não há mais saúde, nem justiça (porque nunca a houve e nunca isso ficou tão evidente quanto nesse ano) nem haverá mais cultura, lasciate ogni speranza e essas foram as provas cabais de que não há nada senão a sanha do tilintar das moedas nos bolsos, caminhando sobre cadáveres das celebridades, celebrando o novo com uma tocha na mão. Houve quem atribuiu tudo isso ao azar e eu fiquei babando de inveja da imbecilidade de quem crê nisso piamente.

Começou o ano de 2021 com sua avassaladora segunda onda pandêmica, em meio ao indecente pogrom indígena e prosseguiu com o incêndio do galpão da Cinemateca Brasileira, com as panes do currículo Lattes, do sistema do CNPq e do Ministério da Saúde, tudo temperado com o ainda mais indecente negacionismo. Tive de ouvir tanta idiotice, leitor, tive de brigar com tanta gente até então sensata, tive de ouvir questionamentos sobre a necessidade de manutenção da demarcação de terras indígenas e sobre o direito à caça esportiva, tive até mesmo de me defender por existir como homem, como caipira, como ateu, como branco, como paulista beneficiado pelo infame patriarcado; supliquei a meus amigos e às minhas amigas que vissem nos fatos do passado as poucas chances que a vida me ofereceu, sim, a mim indivíduo (esse ser não-sociológico) e a pobreza de meus antepassados que esfumaçara muitos tenebrosos anos que compuseram minha biografia, mas capitulei: cheguei a pensar, como eles todos e elas todas, que me circundam em sua matilha com seus argumentos simples e contundentes (cocaína cheirada no Facebook, crack fumado na boca do Twitter), que eu sempre tive razão a minha vida toda e que todos e todas à minha volta, incapazes de fazer sua autocrítica, relativizavam até mesmo o que existe per se. Pensei em completar meu "raciocínio" afirmando que falavam dessas coisas com vocábulos educados, mas, no fundo, não passavam de vis cúmplices idiotas desses desastres todos aqui narrados e ainda dos que estão por vir. Calei-me, contudo, ouvindo a sabedoria daqueles idiotas e daquelas idiotas em seu desprezo acusatório, destacando sempre supostos defeitos em outrem, como se fosse possível conhecer a alma de alguém do alto de sua autoglorificação artificial. 

Quase não escrevi este ano, leitor, e, por inúmeras vezes, perdi a vontade de abrir a boca e de digitar qualquer coisa, uma vez que pareço estar nadando, com a barriga rasgada, num rio infestado de candirus e piranhas. Antes fosse isso: meu corpo, pelo menos seria útil à alimentação dessas criaturas inocentes, que penetrariam nos meus cortes e me devorariam até só deixar somente meus ossos. Seria uma morte mais feliz do zumbi que te narra tudo isso.

Meu fiel leitor, que me queres bem, se há alguém assim neste mundo egolátrico, que não observas nem minhas malcolocadas vírgulas, nem as palavras deste ser humano determinado pela nascença a ser apedrejado e que não pactuas com crimes pretéritos ou futuros, sê feliz com a porcaria do vindouro ano de 2022 e se não podes deixar-me em paz na tua sede de sangue, maior que a dos candirus, procura a tua paz e não te preocupes se vou ou não encontrar a minha.